15/01/2008, LUSA: O ex-reitor da Universidade Nova de Lisboa, Leopoldo Guimarães, é, desde o início do mês, reitor da Universidade Moderna. O responsável diz que aceitou o desafio por acreditar que pode levar a instituição “a atingir um nível de excelência”.
Leopoldo Guimarães, em funções desde 2 de Janeiro, contou à Lusa que, após ter sido convidado para o cargo, demorou três meses a aceitar, período durante o qual fez um estudo aprofundado das condições que tinha para desenvolver o seu projecto.
"Fiz uma análise profunda em termos pedagógicos e científicos e verifiquei que tinha uma boa base de trabalho para atingir o nível de excelência", disse, acrescentando ter também desenvolvido já trabalho ao nível da "apresentação de novas propostas de mestrado e licenciatura".
Determinante para aceitar o cargo foi a garantia que obteve, da parte dos gestores da entidade instituidora, a Dinensino, de ter condições financeiras para levar o cabo o projecto, nomeadamente para contratação de docentes e para investigação científica, explicou.
Relativamente ao projecto pedagógico para a universidade, Leopoldo Guimarães destacou as novas propostas de mestrado e licenciatura, bem como o reforço de laços com outras universidades europeias.
"A investigação científica é fundamental e essa tem que ser organizada", considerou, afirmando ter feito um levantamento da capacidade da universidade para um plano estratégico de desenvolvimento científico.
"A Universidade Moderna tem centros de estudo em várias regiões do país. É preciso aproveitá-los para a investigação científica e, desse modo, contribuir para a actividade económica dessas regiões", avançou Leopoldo Guimarães.
Questionado sobre o facto de aceitar integrar a equipa de uma universidade que, durante o ano passado, esteve envolvida em alegadas irregularidades - que levaram inclusivamente o Ministério do Ensino Superior a determinar a abertura de inspecções -, Leopoldo Guimarães assumiu que "tudo na vida tem riscos".
Admitindo que os largos anos de experiência que tem como director de faculdade, e posteriormente reitor de universidade, podem "ser benéficos" no seu projecto para a Moderna, Leopoldo Guimarães salientou ser um "parâmetro fundamental" acreditar que pode "aguentar um projecto pedagógico e científico para a universidade".
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) pediu à Inspecção-Geral e à Direcção-Geral do Ensino Superior, a 3 de Agosto do ano passado, que procedessem a averiguações urgentes quanto à manutenção dos pressupostos do reconhecimento de interesse público e das condições pedagógicas de funcionamento da instituição e dos seus três pólos (Lisboa, Setúbal e Beja).
A 28 de Setembro, o ministro Mariano Gago tornou a solicitar à Inspecção-Geral do Ensino Superior que desenvolvesse averiguações urgentes à Universidade Moderna, desta vez devido ao facto de a instituição estar a aceitar e a cobrar inscrições de novos alunos sem ter autorização para abrir vagas para o primeiro ano. Estes processos estão ainda a decorrer.