Perguntavam no psico se estaria a Europa preparada para um presidente negro, presidenta ou whatever , e pelo meio falavam no esmiuçar das exit polls ... Eu retorqui em comentário:
No que toca à América, e como por lá se diz, It is what it is ”. Eu pelo menos não sei explicar o fenómeno das exit polls (talvez o Né seu ferrenho defensor!). Resultado de um sistema eleitoral totalmente diferente do nosso. Resultado de uma sociedade política totalmente sequestrada pelas mesmas, utilizando-as como medida da sua própria performance. Elas são componentes de um painel de bordo que serve para tudo, desde estratégia de recolha de fundos, composição da mensagem, etc., até para o puro marketing político.
Na Europa, falando de Portugal... Já temos o problema que temos com a “imposição” de quotas femininas... Agora imaginemos outros tipos de quotas representativas da sociedade... Hummmmm , não sei!
Eu sou filho de emigrantes Africanos, que escolherem Portugal para fazer a sua vida. Nunca deixei de me sentir representado por quem quer que fosse no Parlamento, nem em nenhuma campanha eleitoral. Talvez não haja quem pense como eu, assim como há quem pensará. Sou muito pragmático neste tipo de assuntos.
Deverão os partidos capitalizar na diversificação do seu target ? Penso que sim. Mas com modernidade e sem demagogias e sem o politicamente correcto que estraga sempre tudo.
Os Estados Unidos são realmente o Melting Pot de que falas, mas discordo quando dizes que se proclama que o sejam em harmonia. E muito da campanha que está a ocorrer, principalmente à esquerda, demonstra isso. A convenção democrata será, a meu ver, o derradeiro desafio duma harmonia podre, entre negros, latinos e brancos... Aguardo ansioso o resultado.
Perto de nós temos o exemplo do Reino Unido, nomeadamente a Inglaterra, uma polémica estalou à uma ou duas semanas porque o Arcebispo de Canterbury (líder da Igreja Inglesa) disse (+/-) que não se poderia viver sem a Lei Sharia (a lei Islâmica cuja fonte é o Corão – penso não estar enganado!) caso se pretendesse atingir a coesão social - http :/ www.archbishopofcanterbury.org /1581">http :/ www.archbishopofcanterbury.org /1581. São sinais de uma sociedade que passou para lá do tradicional, e se reconhece a si própria como algo completamente diferente. Ou não. Polémica da grossa. E chegou aos Estados Unidos. Na Holanda dá-se o inverso, quer-se esbater a diferença em público. País marcado pela tolerância durante muitos anos, deseja-se agora que por exemplo seja proibida a utilização do véu islâmico.
Ora isto são “partes” das sociedades dos respectivos países. Está a Europa preparada para campanhas com estes targets em específico?
Penso que não. Pois seria factor de conflito. Mas essa ruptura é necessária. No nosso íntimo penso que (quase) todos sabemo-lo, mas temos medo! Somos arrogantes como Europeus. Olhamos com desdém a campanha nos EUA, olhamos com desdém para tudo o que seja para lá do status quo, e quando não temos desdém, ignoramos.